Presidente Lula dá partida na produção da P-50, plataforma da auto-suficiência
Publicado em: 21/04/2006 00:00:00FOTO STÉFERSON FARIA
Hoje, 21 de abril, às 14h30, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início à produção da plataforma P-50, no Campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, que permite ao Brasil atingir a auto-suficiência
A solenidade a bordo da P-50 contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, do presidente do Senado, Renan Calheiros, do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e dos diretores da Companhia.
Da plataforma, o Presidente Lula, acompanhado das demais autoridades, seguiu para o Rio de Janeiro, onde participa da cerimônia de comemoração da conquista da auto-suficiência no Museu Histórico Nacional.
Auto-suficiência sustentável
Ao atingir sua plena capacidade de produção - 180 milbarris por dia - a P-50 vai tornar sustentável o processo de auto-suficiência. Além desta, três outras plataformas, deverão entrar em atividade em 2006: a P-34, com 60 mil barris por dia, no campo de Jubarte, no Espírito Santo; a SSP-300, com 20 mil barris/dia, no campo de Piranema, em Sergipe; e o FPSO Capixaba (100 mil barris/dia), no campo de Golfinho, também no Espírito Santo. Essas plataformas permitirão que a Petrobras obtenha em 2006 uma produção média diária de 1 milhão 900 mil barris, o que supera o consumo de 1 milhão 800 mil barris/dia. Nos próximos anos, a tendência é que as curvas se distanciem cada vez mais: em
A grande vantagem para o país é chegar a esta situação de equilíbrio entre produção e consumo em um momento de escassez mundial de petróleo, com pouca diferença entre a produção e a demanda global, o que tem provocado a alta volatilidade do mercado. As altíssimas cotações internacionais, com o barril ultrapassando os 70 dólares, evidenciam ainda mais a oportunidade dessa conquista. Alia-se a isto, evidentemente, a segurança do abastecimento interno. Com a auto-suficiência, a Petrobras, que jamais deixou que faltasse combustível no país, mesmo em momentos de crises mundiais, ficará praticamente imune a eventuais colapsos internacionais.
A autonomia em petróleo vem coroar o trabalho de quase 53 anos da Petrobras, que da incipiente produção de 2.700 barris diários herdada na época de sua criação, passou à liderança mundial no desenvolvimento de tecnologias para extrair petróleo de águas profundas e ultraprofundas, de onde vêm 70% da produção brasileira. Resultado de ações que demonstram visão estratégica e espírito realizador, acapacidade de produzir todo o petróleo que os brasileiros consomem não é um êxito momentâneo, mas um feito duradouro, que se manterá a longo prazo.
Contagem regressiva
A extraordinária expansão da produção brasileira deve-se, principalmente, aos projetos de produção dos campos gigantes situados na Baciade Campos, como Marlim, Albacora e Roncador. Com as novas plataformas, que iniciaram produção a partir de 2003, esses projetos estão permitindo à Petrobras, em apenas dois anos, aumentar a sua produção em 400 mil barris/dia, passando de 1,5 milhão em 2004 para 1,91 milhão em 2006. Também contribuem para este crescimento a manutenção e revitalização de campos maduros, situados emterra e no mar.
A contagem regressiva para a auto-suficiência começou há cerca de um ano, com a entrada em operação das plataformas P-43 e P-48, no complexo Barracuda - Caratinga, na Bacia de Campos. O funcionamento da P-50 é a última etapa para tornar realidade essa antiga aspiração.
A P-50 é um FPSO, sigla deFloating, Production Storage Offloading, unidade que possui a característica de produzir, processar, armazenar e escoar petróleo e gás. É a unidade flutuante de maior capacidade do Brasil, podendo produzir até 180 mil barris diários, o que representa 11% do volume médio produzido no país, em2005. A P-50 também terá capacidade para comprimir seis milhõesde metros cúbicos de gás natural e de estocar 1,6 milhão de barris de petróleo, e tem comprimento de 337metros, calado (área submersa) de 21 metros e 55 metros de altura, equivalente a um prédio de 18 andares.
A unidade é o resultado da conversão do casco do navio Felipe Camarão, da frota da Petrobras, em unidade de produção do tipo FPSO. Essa conversão foi realizada em Cingapura pelo estaleiro Jurong. O custo total da P-50 foi de US$ 634 milhões. Foram construídos no Brasil os módulos que ficam sobre o casco e a integração de todos os componentes da unidade. Essas obras geraram quatro mil empregos diretos e 12mil indiretos no Brasil.
A P-50 está ancorada a 1.200 metros de lâmina d´água no campo de Albacora Leste (Baciade Campos), projeto que tem participação de 10% da empresa espanhola Repsol. Albacora Leste está localizado a 120 quilômetros do Cabo de SãoTomé (RJ), ocupando uma área de 141 quilômetros quadrados, onde a profundidade varia de 800 a 2.000 metros.
Investimentos
Para manutenção da auto-suficiência, serão implantados projetos de produção de grande porte, sempre com garantia de conteúdo nacional acima de 60%, incrementando o desenvolvimento da indústria e a abertura depostos de trabalho. A garantia de que a auto-suficiência será sustentável pelos próximos anos está nas atuais reservas, que permitem a manutenção de um nível de produção suficiente para atender à previsão de demanda. O desenvolvimento da produção dessas reservas será suportado pelos investimentos previstos no Plano de Negócios da Petrobras, que somam US$ 56,4 bilhões, dos quais US$ 49,3 bilhões serão aplicados no país, no período 2006-2010.
Os investimentos em exploração e produção nos últimos cinco anos foram de cerca de US$ 18 bilhões. De
Além dos investimentos, a descoberta de novas e promissoras áreas de exploração indica excelentes perspectivas de produção para os próximos anos. Em dezembro de 2005 a Petrobras declarou a viabilidade comercial de cinco novos campos, entre eles o gigante Papa-Terra, na Bacia de Campos.
Outra frente de trabalho da Petrobras para dar segurança à auto-suficiência está na área de novas concessões exploratórias. Em outubro de 2005, na sétima Rodada de Licitações promovida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, a Petrobras adquiriu 96 - sendo 42 com exclusividade e 54 em parcerias - dos 109 blocos que disputou. A área total desses blocos é de cerca de 40 mil quilômetros quadrados. Com isso, o portfólio exploratório da Petrobras totaliza 134 blocos e 151,5 mil km2 de área.